"Educadora" desde a infância, quando promovia na varanda da minha casa, aulas na imaginária escolinha, com a presença dos meus amiguinhos: Sidinei, Elson, Elton, Leila Mara e outros. O bom de tudo que ja possuia também o como trabalhar com a ludicidade, pois, sempre antes de terminar a aula do dia havia uma historinha contada com fantoches.
O curso de Pedagogia em minha vida surgiu desde a minha infância. Dizia a minha mãe que essa vontade eu trago desde quando comecei a estudar, sempre refletindo a postura das minhas professoras do Infantil (Pró Val e Pró Marizete), com o passar do tempo encontrei mais professoras significantes para a minha vida (Pró Josy na 2ª série, Pró Bete na 3º série e Pró Tereza na 4ª série). Elas que me mostraram que apesar das “raízes amargas” existentes na educação, com amor, com confiança no seu próprio trabalho e comprometimento com a educação, poderiam sim, colher bons frutos. E eu sou fruto disso!
Sempre estive envolvida na área educacional informal, com as atividades eclesiástica sendo desde criança aluna da Escola Bíblica Dominical de minha Igreja. Cresci, adquiri experiência e conhecimento, passei de aluna para professora de crianças, brincava muito em casa também de “escolinha”, convidava todos os amigos vizinhos para vir assistir as minhas aulas e no final de cada aula sempre apresentava uma história com fantoches, já dando sinais que seria sim, uma professora.
Com o passar dos tempos, já no Ensino Fundamental II não imaginava mais em ser professora, creio que porque não enxergava mais a dedicação dos professores, eles não me contagiavam mais.
No Nível Médio, estudando em uma escola particular da cidade de Jequié/Bahia, pela “exigência” que se tinha de escolhermos cursos de ponta, resolvi então que faria o curso de Direito, mas meus pais não tendo como me manter em outra cidade, pediram para que eu escolhesse um curso na UESB/Campus de Jequié, não sabia qual curso ainda, eles queriam muito que fosse Enfermagem, mas ainda não era isso que meu coração queria.
Em uma Feira de Profissões, eu vi no chão, um papel que falava de Pedagogia, comecei a ler e gostei da proposta, me encantei com tudo e decidi: Serei Pedagoga! Fiz o primeiro vestibular, não passei, chorei muito, tinha estudado para passar, não acreditava que tinha perdido, mas não desistir. Em 2006 fiz o vestibular de novo e passei, para a minha felicidade e dos meus pais e familiares, sou eu a primeira da família a ter um curso superior, foi uma realização da família.
Ouvi de muitas pessoas na própria escola e amigos que com os ensinamentos que eu havia adquirido era pra eu fazer outro curso, que não fui preparada para ser professora, sim para médica, advogada, etc., mas eu sempre os indagava com a seguinte pergunta, o que será dos futuros médicos, advogados, etc., se NÃO houver a mim quanto professora para ensinar-lhes a ler e escrever? Todos se calavam, pois percebiam o valor de ser professor e que não existe curso bom ou ruim, o que existe na verdade são profissionais que se dedicam ou não.
Escolher ser Pedagoga é antes de tudo ter a consciência do papel que exercerei na sociedade, do comprometimento que deverei ter e sobre tudo da minha importância quanto ser professora e mediadora de sonhos, trazendo em minhas mãos a responsabilidade de transformar as raízes da educação que são amargas e tão desacreditadas em árvores frondosas e possuidora de frutos doces.
Começar o semestre era a minha ansiedade constante. No dia que deram início as aulas deram início também a realização da minha vida quanto pessoa, quanto estudante e futura educadora.
No decorrer do meu processo de formação, estando hoje no VIII semestre, tendo a possibilidade de fazer esse retorno para analisar os semestres que se passaram, não percebi que tive perda pelo fato do estágio ser no fim do curso, porém, ao mesmo tempo reconheço que o estágio deveria ser durante todo o processo da formação acadêmica, aprendendo na sala de aula e colocando em prática e/ou reaprendendo na escola, mas poder utilizar de tudo que conheço teoricamente me deixa mais segura quanto aos passos que teria que dá agora , quanto à nova experiência que iria vivenciar no Ensino Fundamental I e por fim a postura que deveria ter em sala de aula e diante das variáves situações.
Minha vida em sala de aula aconteceu ao mesmo momento que comecei a faculdade, porém era uma educação voltada para o preparo de profissionais, ou seja, uma educação para a mão-de-obra, eu sabia que estava indo totalmente ao contrário dos meus idéais, via em "meus" alunos a passavidade, a espera pelo conteúdo e tudo aquilo me inquietava, como um bom bahiano diz, me agoniava mesmo, foi qndo resolvi desistir. Depois tive a oportunidade em trabalhar como voluntária no Projeto Clik faz a Diferença, relalizada na FTC de Jequié, no qual fui instrotora de Informática por 2 meses.
No mesmo tempo dava inicio ao meu primeiro contato com a Educação Infantil, no estágio com a disciplina Práticas Pedagógicas na Educação Infantil, com a Prefª. Claudia Celeste. Nesse momento me vi realmente como a Professora, receber o carinho, o retorno de cada criança me fazia perceber o quanto é possível sim transformar as raízes amargas da educação... tudo isso com muita dedicação, amor e responsabilidade.
Durante a prática tive a oportunidade de encontrar a resposta para uma pergunta que havia feito a Profª. Edjane Freitas na disciplina Educação de Jovens e Adultos, pois eu queria saber como eu alfabetizaria um aluno, certo que naquele momento o contexo era outro, tratava-se de jovens e adultos, porém a única resposta que a Profª me deu foi que "Não há receita de como se alfabetiza", naquele momento me vi "no mato sem cachorro" (rs).
Só estando em sala de aula, sentindo, vivendo naquele mundo, com vários outros mundo inseridos a ele que entendi q realmente não há receita que na verdade como diz a frase "o caminho se faz caminhando", pois, encontraria em sala de aula variáveis situações nas quais eu deveria quanto Professora me adaptar a todas e possuir o saber fazer pedagógico.
Durante o período acadêmico todas as disciplinas contribuíram de alguma forma para a minha formação e encontrei professores que deixaram marcas valiosas em mim, todas as disciplinas foram de suma importância para o meu crescimento como profissional, pois possibilitou a abertura de novos caminhos e possibilidades em relação à Pedagogia, fazendo com que eu me apaixonasse a cada dia mais.
A valiosa oportunidade de conhecer o Assentamento Terra Vista do MST em Arataca/Bahia, com a disciplina Currículos e Programas ministrada pela Profª Sirlandia Santana, momento em que pude desfazer todo o pensamento no qual tinha formado a respeito do Movimento, imagem essa vendida pela mídia de forma "mentirosa". Conhecer a Pedagogia do MST foi algo que realmente acrescentou na minha formação.
Com o professor Humberto Andrade, docente da disciplina, Metodologia de História do ensino Fundamental, que de forma significante, nos proporcionou uma aula de campo para Lençóis/Chapada Diamantina, ressaltando o valor dos ensinamentos quanto ao conhecimento das cidades do nosso Estado, que fizeram parte do crescimento do nosso país. Tive a maravilhosa experiência de conhecer um dos projetos existentes na região, um desenvolvido em Lençóis/BA, por nome Grãos de Luz e Griô.
Esse projeto possui uma pedagogia que valoriza o poder da palavra, da oralidade, da vivência e da corporeidade, se tornando os educandos a biblioteca e a memória viva de seu povo. Em sua caminhada no mundo, ele(a) (griô), que na tradição oral do noroeste da ÁFRICA, o griô é um(a) caminhante, cantador(a), poeta, contador(a) de histórias, genealogista, artista, comunicador(a) tradicional, mediador(a) político(a) da comunidade, transmite saberes e fazeres de geração em geração, fortalecendo a ancestralidade e a identidade de sua família ancestral e comunidade.
Nesse projeto, trabalham a junção dos conhecimentos escolares e a valorização dos saberes existentes em cada educando, tornando assim uma aprendizagem significativa, pois, partirá do vivencia deles. Na foto ao lado, com Márcio que é o Coordenador do Grãos de Luz e Griô em Lençóis.
Mas, também não posso deixar de lembrar, de alguns professores que me deixaram lembranças tristes e negativas, aqueles que fazem da sua prática docente um erro, tanto para si próprio como para os alunos que passam por suas disciplinas e com eles tambem aprendi e sei que não deverei repetir os mesmos erros!
Além dos professores que contribuíram para o meu crecimento, destaco aqui também a Deus acima de tudo e todos, aos meus pais Marisa e Francisco (Quincas) que com toda a dificuldade nunca me deixaram faltar nada... agredeço ao meu pai pelo seu sacrifício dedicado a mim no Ensino Médio quando veio "vender" as suas férias para poder comprar os meus módulos... muito Obrigadaa painho e mainha... amo vocês sempre! Aos meus irmãos os de longe e os de perto... Ana, Daiana, Rafael, Cristiano, Jean, Jeane e Nádia, (êita galera... amo vocês), aos meus amigos e amigas... meu muito obrigada, sempre!!!
Valeu!!